quinta-feira, setembro 24, 2009

Férias no Parque Natural da Costa Vicentina




Estar 3 semanas de férias é uma maravilha, nada melhor do que uma fuga da cidade.
Parti a sonhar com pescarias e voltei a sonhar com pescas. Pesquei todos os dias, menos às 4ª feiras porque há quem considere que os lúdicos, ou outra coisa qualquer que nos queiram chamar, não podem pescar todos os dias porque acabam com os stocks. Então no meu caso, como sou um pescador que, pode dizer-se, no mar se dedica quase a 100% aos robalos, sou um verdadeiro perigo, exterminador “impecável”, mesmo quando devolvo alguns a água.
Até já ouvi falar de um tal estudo cientifico que aponta o facto de, no Parque Natural da Costa Vicentina, o maior número de robalos pescados ter sido reportado por pescadores lúdicos, pois nas lotas pouco aparecem. Talvez seja este estudo que obrigou a que nos tenhamos de dedicar a outras actividades, às 4ª feiras, que não sejam a pesca.
Deixando esses senhores, que são pagos com o nosso dinheiro e “legalizados” com os nossos votos, vamos lá às ferias.
As férias foram óptimas, passadas na companhia de amigos pescadores e não pescadores. O prazer do Sol, do cheiro a mar, do grelhador fazem sempre lembrar aquela velha frase que mais vale um mau dia de pesca que um bom dia de trabalho. Hummmmm, a pesca foi mesmo muito fraca nestas 3 últimas semanas de Agosto, aliás não me lembro de Agostos assim. Tive alguns peixes pequenos e não posso dizer que não suei a subir e a descer falésias, a percorrer vários quilómetros em cima das rochas. Não posso afirmar que não me levantei cedo todos os dias para estar nos pesqueiros antes das 6h00, e que não fiz inúmeros lançamentos e não sei quantas recuperações com mais ou menos toques.
Pois é, mas a pesca tem destas coisas, umas vezes é dia do pescador, outras é o dia do peixe, e é nisto que consiste o fascínio, é por isto que continuo a ser pescador, com ou sem sucesso.





Permaneciam as dificuldades, no entanto, nem eu, nem o meu grande companheiro de pesca, o “Homem do Chapéu Verde”, desistimos: todos os dias (menos às 4ª feiras), lá estávamos preparados para nova “faina”, pois até já tínhamos uma desculpa, o médico tinha afirmado que a maresia logo pela manhã nos transformaria em homens saudáveis. Mas como as desculpas se afiguravam “esfarrapada”, tentávamos encontrar uma explicação plausível para tanta falta de peixe este ano. Quisemos participar do “Plano tecnológico” dando uso ao telemóvel e à boa da Web e fomos comunicando com vários amigos e todos reportavam o mesmo que tínhamos observado ou ouvido dizer: mares muito calmos, águas super lusas, muitas algas "tabaco", muita comedia ao largo (sardinhas e cavalinhas e também outro alimento abundante, anunciado pelos aparelhos que estavam na areia, e que vinham limpos, e que é um dos pitéus favoritos dos robalos, o pilado. As únicas pescas de que tivemos conhecimento com sucesso eram feitas de barco.
Numa dessas conversas telefónicas para saber como corriam as pescas de dois amigos que andavam a pescar mais a norte, o Carlos Lázaro e o Pedro Russo, tive um convite para, este ano, fazer o inverso do ano passado (que fora o Carlos e o Fernando Encarnação virem ter connosco. Foi então a nossa vez de irmos rumo ao “Norte”. Um maravilhoso convite, pois desta vez foi a equipa que veio do Sul que tirou o suicida com 3.2kg, saído ao terceiro lançamento, facto que ainda animou o pessoal, criando a ilusão de que este viria acompanhado, mas desafortunadamente era filho único, pelo menos com esse tamanho. Não podemos esquecer que o Pedro ainda conseguiu fazer uma bonita captura, que comprova que nem só nos Homens o ditado “Tem mais olhos que barriga” se aplica.





Para o ano espero ter um Agosto em cheio, até lá resta sonhar.

1 comentário:

Pedro Russo Baião disse...

Aquele peixinho, para além da insolência de se atirar a uma amostra maior que ele, devia mesmo detestar cor de rosa ehehhe

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