sábado, janeiro 16, 2010

Aprendizagens - Erros práticos iniciais

No início (mas mesmo no início!) da saga das corvinas, depois de ter apanhado a minha primeira "grande", o Carlos Fazenda fez este pequeno filme que captou um breve momento do que não se deve fazer ao trabalhar um peixe grande, numa luta que já durava à alguns minutos.



Neste vídeo são observáveis vários erros, todos eles fruto da inexperiência a lidar com peixes grandes, e pior que isso, com a falta de calma e "cool down", que a meu ver se ganha principalmente através da prática (por mais conhecimentos ditos teóricos que possamos ter).

1º Erro - Não se deve bobinar em "seco", isto é, bobinar enquanto o peixe leva linha e o drag e a cana fazem o seu trabalho. É um desperdício de energia e tempo (deixe-se o drag trabalhar!)
Durante os arranques, quando se tem espaço e todo o tempo do mundo (como era o caso) pode-se deixar o peixe levar linha, e deixar que a cana e drag trabalhem, cansando-o.

2º Erro - Nunca trancar a linha da bobine com a mão ao ponto da linha partir. Óbvio não é? Mas aconteceu (e acredito que aconteça por esse mundo fora). Acabei por mais tarde utilizar esta "técnica" para melhor controlar a saíde de linha, sem dúvida que é eficaz, quando bem feita.
Neste caso deixei a mão tempo de mais na bobine quando o peixe voltou a arrancar com força. Por o peixe ter cedido durante alguns momentos, tentei puxá-lo para a superfície muito rápido e substimei a força que poderia vir a exercer, para além de não ter calculado bem o ponto de ruptura da linha.

3º Erro - Não ter pressa, (quando o pesqueiro assim o permite, se é necessário ter "pressa" então o melhor é precaver-se e pescar com material mais pesado e adequado às necessidades de cada pesqueiro).
Se o peixe ainda tem muita força, não o substimar. O drag existe por alguma razão, assim como a cana.
Deixar cansar, "bombear" ao recolher, e se voltar a arrancar, deixa-lo cansar mais um bocado. A curvatura da cana e o drag fazem o seu trabalho.
" Chill out, let the drag sing". Claro que em pesqueiros com pedras e rochas tipo campo minado bósnio, a coisa complica-se.

4º Erro - Apesar deste "erro" não levar directamente à perda de um peixe, pode poupar-nos algum esforço e desconforto.
O cabo da cana deve ser posicionado num sítio onde facilite que o pescador faça um efeito de alavanca, sem cansar em demasia o braço.
No vídeo podem ver que estava apoiada apenas contra o meu pulso e antebraço, o que acaba por ser desconfortável.
Apesar do cabo curto da cana que eu estava a utilizar, é possível (e vim a descobrir que bem melhor) apoiá-lo ou na região das cristas íliacas esquerda ou direita (consoante se seja canhoto ou dextro), acima da púbis, ou como me vieram a ensinar, contra o esterno/apêndice xifoideu. Para mim esta é a posição mais confortável (não havendo um cinto de combate/jigging à disposição).

Ao longo das experiências que vou tendo enquanto pescador, tento sempre tirar partido das aprendizagens que vou realizando, o que incluir reflectir criticamente sobre erros que fiz.
Acaba por ser útil, pois permite-me corrigir-me, e não perder dois peixes devido à mesma "azelhice".

Ah, e soltar um "alho" depois de perder peixe também não serve de muito :) Cheers!

Já agora, material utilizado:

- Cana Bass Pro Shops Bionic Blade 6,6 pés, acção MH.
- Carreto Shimano Twinpower 4000 FB.
- Linha multifilar Power Pro 10 libras Hi Vis Yellow + Baixo de linha em fluocarbono Seaguar AbrazX 0,33 mm.
- Zagaia/Casting Jig Maria Vivia Parade de 21 gramas cor de rosa.

Espero ter sido útil! E que volte o bom tempo!

Pedro Russo Baião

1 comentário:

Rodrigo Zacarias disse...

Boas,

Muito bom video...foi pena essa não ter saido.

Rodrigo Zacarias

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