domingo, janeiro 23, 2011

O que levo quando vou à pesca

O spinning não é apenas composto de técnicas de animação, amostras, carretos e canas. Faz-se também, tal como as outras pescas, de outros pormenores que vão desde o clipe, ao nó de união do mono ao multifilamento, até à forma de arrumar as coisas dentro da mochila de forma a tornar mais fácil a troca de uma amostra ou o simples gesto de retirar uma amostra da boca do peixe. É disso que vos irei falar hoje de uma forma sintética e simples e dando, no fundo a conhecer, aquilo que costumo levar comigo na minha mochila quando vou à pesca.

Quanto a todos estes acessórios e utensílios podemos sempre fazer uma distinção entre aqueles que são usados directamente em acção de pesca e alguns outros que são meros complementos e que nos facilitam muito a vida durante as nossas jornadas ou mesmo em casa quando preparamos o nosso material de spinning, nomeadamente no que diz respeito à manutenção das amostras.


Os clipes

A principal função de um clipe é facilitar a tarefa de mudar de amostra sempre que assim pretendamos. Assim, a primeira premissa que nos deve guiar sempre que os compramos é que devem ser fáceis de utilizar, permitir uma rápida abertura e ainda garantir a segurança ao nível da fixação da amostra.

Fundamental em qualquer que seja o tipo de clipe que iremos escolher e depois utilizar é garantir que os mesmos têm um grau de resistência e qualidade que nos dê garantias de não perder o peixe, quer por ruptura de algum dos seus elementos quer pela própria abertura do mesmo.

Convém dizer que a introdução de um clipe poderá ser sempre um elemento de maior fraqueza entre nós e o peixe que teremos na nossa amostra pois iremos sempre de ter de efectuar um nó para o ligar ao fio e, tal como sabemos bem, um nó é sempre um elemento que enfraquece a nossa linha.

Aqui aproveito para vos dizer que utilizo geralmente o nó Palomar para fazer a união do fluorocarbono ao clipe: um e talvez aquele que apresente maiores níveis de resistência à ruptura, o Palomar, é um nó extremamente simples de executar e que até podemos reforçar com uma dupla passagem. É um nó extremamente versátil e que pode ser vir para um conjunto de uniões de linhas a clipes, destorcedores, anzóis e até amostras.

Este nó executa-se passando o fio pela argola ou olhal do clipe, voltando-se depois a passa-lo, em sentido contrário pelo mesmo sítio, deixando ficar uma laçada que terá de ter espaço ou folga suficiente para permitir que o clipe (neste caso) consiga passar por dentro de ela. Num segundo momento vamos então passar o clipe por dentro da laçada, apertando-a lentamente, não esquecendo o truque de humedecer o fio para impedir que fique enfraquecido em resultado da fricção. O nó deve ser apertado puxando pela ponta mais pequena pois é esta que vai ser cortada e como tal não tem problema se ficar ligeiramente danificada.

Os clipes que utilizo na maior parte das vezes são os da Norman Lures, uns speed clips de duplo aperto que me têm dado sempre garantias, pois são efectivamente rápidos e muito fiáveis. É verdade que podem não ser tão baratos como outros modelos ou marcas que podemos encontrar no mercado mas acredito que a sua qualidade acaba por compensar largamente.

Existem muitas possibilidades e variantes no mercado mas acho que devemos ter sempre em conta a influência que o próprio clipe irá ter no trabalhar da amostra e até no seu lançamento. É uma questão de ir experimentando e de adequar sempre o tamanho do clipe ao tamanho da amostra para que consigamos manter o seu equilíbrio e uma acção o mais natural possível dentro de água. É importante encontrar o compromisso certo entre tamanho e resistência.

As argolas

São utilizadas para unir à amostra as fateixas, devendo ser de boa qualidade, assumindo-se como um dos elementos mais importantes e aos quais devemos dar a maior atenção pois é muito fácil ganharem ferrugem que depois pode passar para as fateixas e prejudicar a sua eficácia. É muito importante lavar sempre as amostras depois de uma jornada de pesca para as mantermos em boas condições e preservarmos os investimentos bastante avultados que nelas fazemos. Geralmente retiro sempre a argola que vem de origem no olhal da cabeça da amostra, ou seja, aquele onde iremos atar o fio, preferindo ligar o clipe directamente a esse olhal, pois acho que assim fica mais natural o nadar da amostra.


O alicate

O alicate que levamos connosco pode ter muitas funções importantes antes, durante e depois das nossas jornadas de pesca. De facto, ele é indispensável para mudar as fateixas ou os anéis dos nossos artificiais sempre que isso se mostra necessário, quer seja por desgaste quer seja para colocar uma maior ou outra mais pequena de forma a alterar um pouco o comportamento da amostra. O alicate serve também para tirar o anzol ou as fateixas da boca do peixe evitando-se com isso muitos acidentes que podem ter consequências bastante dolorosas e desagradáveis.

Muitas vezes pensamos que os peixes mais pequenos não representam tanto perigo, mas são exactamente esses que podem dar um salto mais repentino e acabando nós com uma fateixa espetada numa mão. Finalmente e caso esse acidente aconteça o alicate pode desempenhar um papel muito importante, permitindo cortar o anzol e facilitar a sua extracção.

Os óculos polarizados

Os óculos com lentes polarizadas para além de protegerem a nossa vista contra raios nocivos, também protegem os nossos olhos contra objectos estranhos, nomeadamente poeiras ou areias que possam vir arrastadas pelo vento e muito importante protegem-nos da própria amostra e das suas fateixas que com um puxão mais brusco pode vir ter “disparadas” de dentro de água contra a nossa cara.

As lentes polarizadas têm a capacidade de cortar os reflexos e assim conseguir ver-se mais abaixo da linha de água, o que nos vai trazer bastantes vantagens quando procuramos pesqueiros ou, em acção de pesca, quando queremos acompanhar uma amostra de superfície ou quando queremos lançar ou parar uma amostra perto de uma rocha submersa.

As luvas

As luvas são um elemento importante porque podem servir para nos proteger do frio, especialmente naquelas noites de Inverno em que as mãos molhadas tanto sofrem com o vento, para evitar ou proteger das lesões resultantes do contacto com as rochas, muitas vezes são a nossa salvação perante escorregadelas ou desequilíbrios quando caminhamos pelas pedras para pesqueiros na rocha. As luvas podem ainda ajudar-nos quando precisamos de puxar o fio (agora cada vez mais importante com a crescente utilização dos multifilamentos) com a mão, evitando cortes, que podem ser bastante profundos e dolorosos e que nos podem impedir de continuar a pescar. As luvas são ainda muito úteis na altura de executar o nó de ligação do mono ao multifilamento, pois permitem-nos testar a sua resistência , mais uma vez sem cortar as mãos ou os dedos.

Lanterna de cabeça

Este tipo de lanterna é o que se adapta melhor ao nosso tipo de pesca, porque precisamos de um bom foco e de ter sempre as mãos livres. Ao mesmo tempo têm a vantagem de serem leves.

Estas lanternas, normalmente, são equipadas com leds e podem ter, também, uma lâmpada de halogéneo. As lanternas com leds têm uma grande vantagem: o baixo consumo. As lâmpadas de halogéneo gastam muita bateria mas têm um foco bastante potente. Algumas lanternas têm simultaneamente os dois sistemas de iluminação.

Normalmente estas lanternas têm um modo de selecção que funciona como regulador da intensidade de luz e algumas ainda possuem um modo intermitente, que pode ser muito funcional para chamar algum companheiro de pesca, numa qualquer situação de emergência.

Eu pessoalmente não uso a lanterna mesmo na cabeça, optando por a levar quase sempre pendurada ao pescoço, procurando evitar com isso, um descuido com um rodar de cabeça que projecte um foco de luz para o mar. É sempre indesejável na minha opinião.

Como o seguro morreu de velho, levem sempre uma lanterna suplente. No meu caso, tenho uma daquelas de mão mais pequenas e finas sempre dentro da mochila para alguma necessidade em caso de falhanço da principal.

Deixo-vos uma última ideia: muitas vezes o sucesso de uma pescaria começa em casa na verificação e preparação do material e das amostras. Os pormenores fazem realmente a diferença em alguns casos e podem acabar por nos dar a confiança necessária para trabalhar o peixe sem stress e dessa forma melhorar a nossa performance como pescadores.

terça-feira, janeiro 18, 2011

Apresentação

Olá a todos,

Antes de mais, aproveito para agradecer ao Fernando, ao Alexandre, ao Pedro e ao Carlos por me terem convidado a fazer parte desta equipa de amigos apaixonados por este desporto tão cativante que é a pesca e dou as boas vindas ao amigo António nesta nova aventura.

Pesco desde os meus 10 anos quando me iniciei à pesca em água doce, num rio perto de onde vivia no nordeste de França. Em 1995 regressei definitivamente a Portugal para descobrir os prazeres da pesca à beira mar. Desde então, nunca mais voltei a pescar em água doce (sabe-se lá porquê?!).

Sou natural de uma aldeia entre Leiria e Nazaré, pelo que a minha zona de pesca situa-se entre a foz do Arelho e São Pedro de Moel (aos fins de semana e durante as férias). Durante a semana, sempre que o mar e o tempo deixem, costumo ir pescar para São Julião, Aguda ou Bicas. Sou um pescador ecléctico, pratico surf-casting, pesca à bóia, pesca de barco, jigging, corrico e com mais assiduidade spinning.

Foi com o amigo Fernando que, há cerca de 5 anos, nos aventurámos na técnica do spinning. Após alguns anos de corrico, alguns robalos e muitas grades, resolvemos evoluir e passar a pescar com as ditas "rapalas". Já tínhamos cada um uma cana de spinning, daquelas bem pesadas e pouco manejáveis, mas estava difícil dar o passo em frente! Nem sempre é fácil começar uma nova técnica de pesca sem ajuda de pessoas com alguma experiência. O clique surgiu quando, após mais uma grade à bóia de água nas Bicas, nos cruzámos com o mestre Xandre! Ele ostentava um belo robalo com cerca de 3 kg. Ficámos a pensar que afinal esta técnica era capaz de dar resultados! A conversa que tivemos com o Xandre só nos fez aumentar a vontade de começar o mais cedo possível a pescar ao spinning!
Ainda me lembro do dia em que fomos comprar as nossas primeiras amostras, umas Angel Kiss da Maria, caríssimas, numa loja do cais do Sodré! As primeiras sessões foram pouco encorajadoras! Eram grades atrás de grades! Foi um início pouco promissor! Até que começámos a apanhar-lhe o jeito e os resultados começaram a aparecer. Esta técnica já me trouxe algumas alegrias, uma das últimas foi um robalo com 6,2 kg cujo relato da captura irei colocar neste blog dentro em breve.
Desejo a todos um excelente ano 2011 com muitas e boas capturas.

segunda-feira, janeiro 17, 2011

O meu Primeiro "ROBALO"

Esta historia remonta talvez a 2008, foi passada com pessoas que hoje considero amigas e que na altura já eram referencia ou pelo menos relacionados ao spinning.

Ora bem, eu...., caninha nova...., uma speedmaster 20/50 (hoje arrumadinha), amostras novinhas em folha, até brilhavam, via google talk recebo um convite do Fernando:
FC diz : "Olha, hoje vamos á pesca, queres vir"
eu : " Claro, a que horas?"
FC : "Ás 20h00 lá"
eu : " Lá estarei, vou lá ter"

Escusado será dizer que fiquei em pulgas, iniciado a ter oportunidade de aprender qq coisa........tremia que nem varas verdes...

Na hora do almoço fui buscar o material a casa, e depois do trabalho arranquei, transito para a ponte no Jumbo de Alfragide, não desisti, estava combinado, estava combinado......2 horinhas para chegar!!!!!!!!!!
Lá cheguei, tardissimo, quando cheguei fiz sinais de luzes ao Fernando que prontamente me respondeu, e lá fui ter com ele:

Eu: " Então???, o quê!! Já apanhaste peixe?!!!"
FC: " Fiz um peixe de 1,8kg, enquanto um Xandre acendia um cigarrinho :-)"

E que lindo peixe era, o robalo mais lindo que alguma vez tinha visto ao spinning, pois até então o maior que tinha apanhado ao spinning talvez tivesse 1 kilinho...

Vai de começar a pescar, pesca aqui, pesca ali, nada......mete amostra, tira amostra, toques, recolhe devagar, mais apressadamente, nada.....

Até que encontro o Xandre e após o cumprimentos pergunto-lhe:
Eu: "Já ouvi falar daqui dum sitio que é o cemiterio das amostras"
Prontamente me respondeu "É ali mais ou menos, mas cuidado que a maré está a vazar e podes perder a amostra"
Eu: "Obrigado, vou até lá"

Durante os meus passos no areal lembrava me de um video espanhol que tinha visto durante essa tarde sobre como fazer o twitching com uma Staysee..

E lá fui, nada, nada, até que, vou ao saco, "Onde é que está a MINHA AMOSTRA FAVORITA?", troco a amostra lanço mesmo ao lado do sitio onde eu sabia haver bastante pedra e TAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUU, puxa daqui, puxa dali, raios partam o brutal declive da praia que se vai soltar, numa vaga maior á quebra coco, lá consegui po lo a seco. Belo peixe este com cerca de 3 kgs que recordo hoje com a mesma emoção com que guardo os mais recenntes lirios dos açores.

Um colega de trabalho que tb tinha ido comigo, que não acreditava que se apanhavam robalos daquele tamanho com amostra, ficou com uns olhos do tamanho dum cherne quando sacou o peixe da agua :-)

Um abraço ao Fernando, pois sem ele não tinha ido e ao Xandre por me ter indicado onde era o secret spot.

Obrigado amigos,
Antonio Gouveia.

Aqui está ele (já antigo, mas ainda na memoria)



domingo, janeiro 02, 2011

Hoje fui à pesca e não pesquei

Hoje saí de casa e fui à pesca. Cheguei à praia, vi o mar mas acabei por não nem tirar as coisas da pesca do carro. O mar até tinha boa feição...mas na verdade apenas me apeteceu ficar ali, um bocado, a ver o por do sol e a contemplar as ondas. Não sei se deu peixe, não sei se eles andavam ali nas ondas...apenas me apeteceu ficar por ali.



Outros dias virão para ir realmente à pesca...hoje apenas me apeteceu ficar ali e pensar um pouco. Bom Ano de 2011 para todos e boas pescas.

Pesca lúdica reconhecida pela UE

No passado dia 15 de maio o Comité das Pescas do Parlamento Europeu adoptou uma resolução convidando a Comissão Europeia a avaliar o papel ...