quinta-feira, março 20, 2008

Vinis no mar

Depois da grande entrada do spinning temos vindo agora a assistir ao surgimento de um número cada vez maior de interessados e adeptos da pesca no mar com vinis. Muitos deles derivados dos achigãs, os vinis vieram abrir um novo capítulo na pesca com amostras no mar. Deixo-vos aqui apenas algumas indicações sobre os modelos de vinis mais comuns e os cabeçotes a utilizar.


Existem quatro grandes famílias de vinis ou amostras flexíveis:

  1. Os modelos twist

Esta classe de vinis teve a sua afirmação com duas amostras muito conhecidas em França. A Mister Twister e a Civelix da Ragot, esta última também muito conhecida em Portugal por todos os adeptos do buldo. A família twist evoluiu mais recentemente para os denominados grubs, também muito utilizados para a pesca ao achigã. A sua cauda oscilante provoca vibrações de grande amplitude, ondulando quer por efeito das correntes ou ondulação quer como resultado directo das animações que lhe imprimimos. São amostras muito eficazes na medida em que a simples acção isolada da sua cauda consegue atrair o peixe, mesmo que este se encontre algo afastado. Hoje em dia encontramos muitos modelos que já vem com estrias laterais que dizem os entendidos se destinam a emitir ondas de baixa frequência que instigam os peixes a atacar a amostra de uma forma mais clara.

  1. Shads
Estas amostras têm, de uma forma geral, um corpo volumoso que termina numa cauda com formato triangular ou até redondo, que vibram bastante dentro de água. São artificiais que imitam um pequeno peixe e que são muito efectivas a pescar em águas abertas ou pesqueiros mais fundos, embora também se consiga com pequenos shads fazer pesqueiros mais baixos entre rochas ou em caneiros. Uma das melhores formas de os utilizar é deixa-los trabalhar nas correntes pois aí apenas necessitamos de ter o fio esticado, não sendo necessário qualquer animação específica, pois mais uma vez a sua poderosa cauda fará o que é necessário. Podemos encontrar modelos já com anzol ou modelos que teremos de complementar com cabeçotes de chumbo de diversos pesos e formatos. Uma boa solução, em alguns casos, é pescar sem qualquer cabeçote, aproveitando apenas o próprio peso da amostra. Ganhamos naturalidade na apresentação da amostra ao peixe.


  1. Stickbaits

Este grupo de amostras procura muito simplesmente imitar um verme ou um pequeno peixe, sendo afiladas e apresentando estrias ao longo do corpo, que como referi atrás, destinam-se a emitir vibrações atractivas para os predadores. A montagem destas amostras é feita, na maior parte das vezes, com cabeçotes redondos ou ovais. As animações devem ser rápidas e nervosas do tipo twitching. Neste segmento de amostras flexíveis temos as famosas Sand Eel da Storm e X-Layer da Megabass. As primeiras imitam na perfeição o frechão e são fundamentais quando o robalo anda atrás desses pequenos peixes e as segundas, que imitam também esses peixes, têm a possibilidade de ser utilizadas com ou sem chumbo, sendo que nesta segunda opção irão trabalhar à superfície, sendo animada tipo walk the dog. É perfeita para zonas de pedras com pouca água. Um dos amigos deste blog, o Paulo Machado, é um verdadeiro especialista na sua utilização.

  1. Soft jerkbaits

Estes artificiais imitam pequenos peixes e distinguem-se dos shads porque têm uma cauda afilada e geralmente bifurcada. São, na sua maioria, amostras com bons pormenores ao nível da cabeça e dos olhos, apostando nesta capacidade de imitarem quase perfeitamente as presas que os robalos procuram. Devem ser utilizadas, sempre que possível sem cabeçote para tirar maior vantagem das suas capacidades, mas quando são muito leves podemos optar por lhes montar cabeçotes redondos ou melhor ainda, uns mesmo próprios que imitam a própria cabeça dos pequenos peixes. Experimentem pescar com eles nos caneiros ou nos cabeços de rochas e poderão ter uma agradável surpresa.

Formas dos cabeçotes

· Cabeçotes redondos – são os mais comuns e também aqueles que podemos considerar os mais polivalentes, podendo ser utilizados em todo o tipo de amostras flexíveis e com todas as animações. Podemos encontrar modelos simples de chumbo ou tungsténio ou modelos pintados de diversas cores e ainda alguns que até têm pintados os olhos dos peixes;

· Cabeçotes ovais – Permitem pescar mais fundo ou no fundo limitando os riscos de prisão nas pedras. Possuem basicamente as mesmas possibilidades dos anteriores;

· Cabeçotes triangulares – São bastante hidro-dinâmicos, tendo uma boa penetração na água permitindo estabilizar a amostra, mesmo quando utilizamos uma recuperação mais rápida;

· Cabeçotes planadores – Imitam a cabeça de um pequeno peixe com a particularidade de serem achatados na sua parte inferior. São muito bons para uma utilização com os worms, com animações stop and go, mesmo em pesqueiros de pouca água. A amostra irá planar descendo lentamente até ao fundo, produzindo-se muitas vezes o ataque nesse momento.



As amostras flexíveis são amostras com grandes potencialidades e qualidades. São artificiais muito versáteis e que permitem ir buscar peixe a sítios onde não conseguimos ir com amostras duras. Como tal, andam sempre na minha mochila.

Boa Páscoa e bons robalos para todos !!!

1 comentário:

Paulo Machado disse...

Viva Fernando,
Excelente e ilucidativo.
Agora só é preciso os spinnistas começarem a tirar partido destas excelentes amostras.
Tu indicaste o caminho...
Abraço

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