segunda-feira, março 02, 2009

O som das amostras

Tendo em vista atrair os predadores algumas amostras produzem uma grande quantidade de ruídos. Essa atração é feita quer através das próprias capacidades auditivas dos robalos quer através das vibrações que são emitidas e que irão ser por eles recebidas na sua linha lateral. O robalo como predador bastante activo vai confiar bastante nestes estímulos que recebe para detectar as suas presas e desencadear o seu ataque.
Os ruídos das amostras podem ser:
  • Naturais - são aqueles produzidos pela própria evolução das amostras dentro de água. Uma amostra de superfície desencadeia mais ruído do que uma outra que evolua a mais profundidade o que significa necessariamente que um jerkbait ou um minnow nade de forma silenciosa. Tudo o que mova um volume de água é audível e perceptível pelo peixe quer seja em forma de vibrações quer seja em ondas sonoras;
  • Artificiais - são aqueles que são gerados por um qualquer sistema desenvolvido pelos fabricantes de amostras. Neste caso podemos encontrar esferas em aço, em vidro, em tungsténio, também podemos ter amostras com hélices e ainda, em casos mais raros, sistemas de produção de som com líquidos moveis dentro da amostra.

Os ruídos das amostras podem ser também, dependendo da sua capacidade de penetração dentro de água, grandes e surdos ou ligeiros e subtis.

  • As esferas de tungsténio produzem sons agudos mais intensos e densos. Mesmo sendo mais pequenas acabam por produzir sons mais vivos.
  • As esferas de vidro produzem um som mais cristalino e mais discreto.
  • As esferas de aço produzem um som mais grave

Algumas ideias sobre este tema:

  • O som propaga-se na água muito rapidamente produzindo até um eco, batendo no fundo em zonas menos profundas e chegando aos ouvidos internos dos robalos com bastante intensidade. A verdade é que um determinado som é bastante mais agressivo em 20 cm do que em 20 m de água;
  • Os sons agudos são mais agressivos do que os graves;
  • Mares agitados necessitam de amostras mais ruidosas;
  • Primeiro atrai-se os peixes depois provoca-se a sua agressividade ou excitação para os levar a atacar a nossa amostra. Existem amostras que fazem estas duas funções mas na maior parte das vezes acabamos por ter de mudar de amostra. Deixo o exemplo da utilização de poppers mais pesados e ruidosos que depois acabam por ser trocados por amostras mais discretas e com as quais acabamos por conseguir as capturas.

Pode também acontecer ser preferível utilizar amostras sem som:

  1. Em zonas com menos de um metro de água;
  2. Pesqueiros muito estreitos, por exemplo caneiros em zonas de rocha;
  3. Em zonas de peixe muito pescado e pressionado;
  4. Quando estamos a pescar com mais alguns companheiros e estão muitas amostras a cair na água ao mesmo tempo.

Deixo-vos aqui estas ideias, que resultam das minhas leituras e da experiência que vou adquirindo nas minhas jornadas de pesca ao robalo utilizando apenas artificiais. O robalo merece toda a nossa atenção e respeito pois é um adversário de grande valor que temos de entender para o conseguir vencer.

3 comentários:

Pedro Conceição disse...

Muito bom Fernando, obrigado por partilhares.

Abraço

Anónimo disse...

Aqui está um excelente artigo !

Parabéns e obrigado por partilhar.


Um abraço
Sérgio

Carlos Fazenda disse...

...as amostras também são engodo, engodo sonoro... é deixá-las trabalhar que o peixe logo virá ter com elas...

Excelente, Fernando

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