O inesperado surge como um dos maiores prazeres que a pesca com amostras ao robalo me dá.
O quando, como, e porquê.
Por vezes, quando menos se espera, onde menos se espera, melhor ainda...onde menos se tem Fé (aquele factor importantíssimo), fazem-se boas pescas.
E é isso mesmo que venho partilhar.
No seguimento das minhas insistências em tentar encontrar exemplares de bom tamanho em zonas urbanas/ribeirinhas, o Alexandre Miguel e eu decidimos ir dar um pulinho a um "pesqueiro" bem discreto, na zona ribeirinha da cidade onde resido.
Pode ser uma pesca considerada como "street fishing"; material bem ligeiro, aposta nas amostras de vinil, pesqueiro bem pertinho de casa, e aquele toque "especial" de se lançar amostras numa paisagem de ruas, prédios e fábricas.
Certamente não é uma vista (na minha opinião) tão bela como nas praias onde gosto de pescar, mas é diferente, e fazer coisas diferentes do habitual faz bem, e por vezes...dá resultados.
Pesca-mos sempre com empate texas, com chumbos na ordem dos 7 e 10 gramas.
Empatei um senko e o resultado não se fez esperar, e fui o primeiro a ter a sorte de ferrar um bonito robalo com 2 kilos certos.
Pouco depois já usando um Super Fluke apanhei um cachaço que prontamente soltamos.
Momentos depois, o Alex ferra um belo bicho, daqueles robalos que já brigam sério.
Quando o peixe já se encontrava junto da margem, desci para o cobrar, mas..
...Cometi um erro básico e que normalmente não dá segundas oportunidades.
Segurei na linha, e ao puxar o peixe para mim (para depois o agarrar pelas guelras ou boca) esta entrou em tensão e *prackkk* partiu pelo nó do anzol.
Depois desse desaire a actividade caiu um pouco, e a única coisa que teimava em agarrar as nossas amostras eram os infinitamente abundantes charroc(ões)que pululam naqueles fundos.
Até que vejo a cana dele dobrar, e o carreto (Symetre 4000 FI) assobiar naquele agradável som que tanto gostamos.
Pela força e pela linha que levava, era um peixe doutro calibre, vinha aí um bicho grandote.
Passados alguns minutos com a adrenalina em alta e muitos arranques súbitos e violentos, um belo robalo, bem maior que os anteriores, assoma-se à superfície, pela nossa estimativa um animal para os 4/5 kg.
Tudo estava a correr lindamente, o peixe já estava cansado, estava quase..
..Até que, num último arranque *prackk*..
Baixo de fluorcarbono partido.
Depois de uns momentos para nos recompor-mos do "balde de água fria", lá voltamos ao ataque.
Penso que a causa da rotura da linha tenha sido, provavelmente devido a ter roçado nos dentes de um dos charrocos que se apanharam antes.
Com robalos grandes, não há lugar para material com falhas, mas aqui o pescador fez tudo bem...apenas se pecou em não verificar o fio depois de se apanhar um charroco.
Certamente nunca mais nos vamos esquecer.
A sorte voltou a bater à minha porta e tirei mais um robalo porreiro, desta vez com um fluke.
Depois foi a vez do Alex quebrar o "enguiço" e tirar o seu robalo da manhã.
Aí estão, as capturas da manhã, numa jornada de Street Fishing, pesca urbana, onde o vinil e as emoções fortes são reis.
Também estreei uma cana que comprei a pensar na pesca com vinis com pouco peso e amostras de superfície.
A Hiro Formula Seabass Stickbait, de 2,70 metros e acção de 5-20 gramas.
É uma cana ligeira (170 gramas), a acção é média, não sendo a típica acção de ponteira das canas de gama média/alta que normalmente se utilizam para os jerkbaits e minnows, flectindo não na ponteira mas mais ao centro da vara.
É excelente a animar e trabalhar vinis sem peso e amostras de superfície, mas torna-se demasiado mole para amostras que agarrem muito a água.
Até ao próximo lance...na cidade!