terça-feira, maio 19, 2009

Ferragem e detecção

A ferragem do peixe é tão importante no spinning como nas outras modalidades de pesca.
Alguns de nós esquecemos o acto da ferragem porque pensamos que, devido ao facto de a nossa amostra ter duas ou três fateixas, o peixe vai ficar, à partida, cravado. Essa “auto-ferragem”, sem a nossa intervenção directa, pode acontecer bastantes vezes, mas numa boa percentagem das ocasiões pode não ser eficaz. Existem diversas variantes que devemos ter em conta para que se concretize uma boa ferragem: a cana; o drag; a linha; a posição da cana; o momento da ferragem.

A cana - A velocidade/força que aplicamos no acto da ferragem é condicionada pelo tipo de acção da nossa cana (se é extra-rapida, rápida, moderada e lenta). Assim, a velocidade/força será indirectamente proporcional à acção da cana.

O drag - Este deve estar regulado, tendo atenção à carga de ruptura da linha e da cana. Se o drag estiver demasiadamente aberto, não vamos conseguir transmitir a nossa acção até à boca do peixe.

A linha - Quando pescamos, devemos ter em conta que tipo de linha estamos a usar: se é uma linha com bastante elasticidade; ou se nos encontramos a pescar com uma linha com ausência desta. Quanto mais elástica for a nossa linha, mais lenta vai ser a transmissão da nossa acção. Outro ponto considerar é o facto de devermos ter o menos seio de linha possível.

A posição da cana - Esta deve encontrar-se em posição de ferragem, esteja na vertical ou na horizontal, a sensivelmente 45º.

O momento da ferragem – O decorrer da ferragem depende dos reflexos de cada um e da forma como visualizamos e percepcionamos o momento em que o peixe tem a amostra na boca. Este momento, muitas vezes, é assinalado ao sentirmos a "cacetada" na cana, mas esta situação nem sempre acontece.

É através da observação de determinadas situações decorrentes durante a acção de pesca, que vão surgindo ao longo do tempo, que melhoramos a nossa capacidade de detecção do peixe:
- Quando estamos a trabalhar uma amostra e, repentinamente, deixamos de sentir as suas vibrações na cana, pode significar que esta perdeu tracção, ou porque uma onda alterou a sua sustentabilidade ou porque já está na boca do peixe .
- Quando temos a linha esticada e, de repente, sem razão aparente, esta começa a criar seio, podendo essa situação indiciar que o peixe agarrou a amostra e vem na nossa direcção. Devemos tentar retirar o máximo possível seio à linha e fazer a ferragem.
- Quando se pesca com amostras de superfície, devemos controlar as nossas emoções, tentando sentir o peso do peixe, para não fazermos ferragens antecipadamente.
- Ao usar amostras suspending e afundantes, no momento em que estamos a deixar a amostra afundar, se notarmos uma paragem, antes do momento em que esta deve estabilizar ou antes de chegar à profundidade que nós calculámos, é sinal que esta já se deve encontrar na boca do peixe.
- Quem pesca com vinis, sem ou com pouco lastro, deve ter atenção especial à linha, pois muitas vezes vai ter que fazer a ferragem antes de sentir o peixe na ponta da cana. Estas amostras oferecem pouco atrito, consequentemente as suas vibrações não são tão fáceis de detectar na cana, para além de que o seu controlo e o conhecimento da sua posição são efectuados através da linha, o que nos leva a ter sempre a fixá-la para mais rapidamente fazer a ferragem.
Para aguçar o apetite, deixo dois videos com ferragens brutais...desculpem o japonês!

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