domingo, junho 20, 2010

Anchovas II

Uma vez mais nos Açores...

Entre reuniões, jantares e almoços lá consegui fazer duas pescas. Uma com o Simão Dutra e o Paulo Correia, no Cais do Pico e outra, só na “Pedra do Simão”.
Em S. Roque do Pico, estivemos 3 horas a atrair bicudas até ao paredão do Cais, mas nada as fazia atacar as nossas amostras.
Um amigo de longa data, o Eng. Cruz Leal, pescador de chernes com carretos eléctricos e entraçados de 1 mm, já estava descrente que esta nossa pesca, resultasse, quando derrepente consegui o primeiro troféu :-) … - um chicharro do tamanho da amostra. As bicudas estavam preguiçosas e as anchovas… nada.
O barco para Velas atracou no Cais e interrompemos a nossa pesca sob ordem da Polícia Marítima.
Logo depois, nas águas mexidas pelos potentes jactos do rápido e sob olhar desatento dos presentes, o Grande Simão conseguiu pela calada, com a sua nova cana Lesath Shore Game 3,00 e uma amostra Strike Pro Musky ferrar uma bicuda de 3,00 Kg


Tinhamos Caldo!!!
No dia seguinte, o vento estava de sudeste e soprava forte em S. Roque e resolvi ir ao Pesqueiro da Madalena que o Simão me tinha ensinado no ano passado. Fica perto da Fábrica de Conservas da Madalena.

Comecei na primeira enseada, a da esquerda da foto, a lançar para o sitio onde apanhei o meu anchovão do ano passado, mas era dificil, o vento não deixava. Com muita água escolhi a clássica Flash Minnow 130 MR- Aurora Black e deixá-la a trabalhar a meia água.



A minha cana desta vez, foi a Lucky Craft ESG II 9.7'' - XHXXF, carreto Stella FD com linha Power Pro 0,15 mm, com uma baixada de fluorcarbono 0,37 e com 70 cm de comprimento .

Lancei muitas vezes, puxava devagar a dar toques de ponteira… mas parecia não haver nada de nada. Talvez o Simão tivesse razão: “- As anchovas ainda não estão a encostar. A sua altura é mais para a frente... quando as águas começarem a aquecer”.

Mudei para o outro lado da ”Pedra do Simão” e com o vento pelas costas, a Aurora Black parecia ter 40 gramas. Vi alguma actividade na água, a uns 25 metros, na direcção dos ilhéus da Madalena. Um peixe morto, servia de banquente e uma gaivota pairou sobre ele e investiu. Ela levantou com parte do peixe no bico e desapareceu.

Fiz um lançamento com força e de lado para o vento, mas a amostra caiu longe do resto do peixe e recuperei rápido para voltar a tentar acertar com a Aurora naquele sítio. Foi aí que tive o toque e ferrei a primeira anchova. Deu alguma luta e o prazer de ver o drag a cantar era muito compensador. Desci até à beira da água e com o grip tirei um exemplar de 40 cm. Sangrava e devolvi de imediato à água.

A anchova é um peixe muito resistente, forte e tem uma capacidade notável de lutar com alguma violência. Quando se sente ferrada corre para a esquerda e para a direita, mas cansada afunda ligeiramente. É uma sensação fantástica, ver o peixe de lado a vir a meia água principalmente quando a água é cristalina como era aquela do dia 4 de Maio.
Mantive o alvo, a Aurora Black e a fazer recuperações rápidas evacabei por ferrar mais 7 anchovas. Todas praticamente de seguida e todas elas com a medida entre os 30 e os 50 cm.



Anchovas grandes..., daquelas mesmo grandes, é que nada... Disse-me o Simão, mais tarde, que as grandes são mais preguiçosas e que a recuperação tem que ser de toques e pausas fazendo com que elas ataquem.

Cada uma das anchovas mereciam um relato. Mas é demais…
Cada toque, cada ferragem e cada peixe é diferente. É isso que me fascina na pesca!!!
E estando só naquele pesqueiro, desrespeitando uma das regras da pesca, bem sei, encontrei-me com a natureza e confesso que estava muito bem.Libertei todos os peixes, fotografei duas das anchovas e fiz pequenos vídeos com o meu telemóvel, que partilho com vocês.

PS: Não mudei de amostra, mais uma vitória ou preguiça da idade, sei lá ! E não usei guizo, Xandre :-) !

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