Foi no sábado dia 12 de Dezembro de 2010 que mais uma vez fui aliviar o stress do dia a dia num dos meus pesqueiros favoritos, perto da Nazaré. Por volta das 16h00, cheguei à beira mar e fiquei com aquela sensação de que desta vez não iria voltar com mais uma grade! O vento era fraco, o mar estava de feição, com ondulação de 1,2 m e a maré estava a encher. Um mar ideal para uma sessão de spinning! Vesti as waders à pressa, montei o Twinpower 4000 na minha Speedmaster de 3 m e apressei-me a ir para a zona que me parecia mais adequada para os labrax andarem a caçar. Uma vez no sítio certo, montei uma Flashminnow 130 metalic sardine (uma das minhas preferidas) e só me restava desfrutar o momento. Comecei por fazer umas animações (jerking) curtas com a cana rente à areia, depois passei a animar com a cana ao alto. O mar estava a deixar-me trabalhar a amostra ao meu gosto mas os toques não apareciam. Passado algum tempo sem sentir um peixe, o moral já não estava lá em cima e comecei a pensar que, apesar das condições serem optimas, o final seria o do costume: mais uma rapada para a minha extensa colecção! Mas como a esperança é sempre a última a morrer, sobretudo quando estamos a falar de pesca, lá continuei os lançamentos, mudando de sítio a cada lance para ver se dava com os robalos.
A noite já tinha caido, eram quase 18h00 e a maré estava perto de virar quando finalmente senti o primeiro toque! Aleluia! No início, pensei que fosse um robalo pequeno pois o toque foi relativamente leve. Ferrei o peixe e aí senti que o meu adversário já era de peso pois não gostou da minha acção e começou a levar-me fio! Zzzzzzzzzzzzzzzz! Que lindo som! São estas sensações que nos fazem gostar tanto desta técnica. As cabeçadas eram maciças, guardei a cana ao alto e tentei acompanhar o peixe para amortecer as suas investidas. À medida que avançava e recuava para combater o meu rival, estava cada vez mais preocupado com o receio de o perder pois tomei consciência de que o peixe era realmente grande. De repente, o fio enrolou-se na ponteira da cana e deixei de sentir o som da bobine com o fio a desenrolar-se! Ora bolas, é desta que o vou perder, pensei para mim! Tentei acompanhar as suas cabeçadas para evitar partir o leader (que felizmente era de 0,45 em fluorocarbono). Como se não bastasse esta desgraça, a força e o peso do peixe fizeram com que a ponteira se desencaixasse do resto da cana! Lá estava eu, sozinho sem ninguém para me ajudar, com a ponteira as modos que a flutuar na escuridão, a ir para trás e para a frente para não perder um dos maiores peixes que já ferrei! E como se não bastasse toda esta desgraça, veio uma onda maior que me ia mandando para o chão! Não sei como consegui mas acabei por tirar o peixe fora de água, aproveitando o escoar da onda. Corri em direcção ao peixe para o agarrar o melhor que podia e empurrá-lo para a areia seca! Ainda não tinha noção do tamanho do peixe, só depois de acender a luz frontal é que me apercebi da grandeza do animal! Tirei a fateixa daquela bocarra, fateixa essa que abriu com a força do peixe, e tentei tirar umas fotos com o telemóvel e a luz frontal a fazer de flash (pois tinha deixado a máquina digital em casa!) pelo que as fotos não ficaram com grande qualidade.Passados uns bons 15 minutos, depois de ter recuperado o fôlego, ter voltado a montar a cana e arranjado o triplo, lá fui fazer mais um lançamento. E não é que mal a amostra caiu à água, após duas ou três maniveladas, sinto um toque violento! Ele há coisas...Ferro e começo a manivelar mas o carreto, depois do contacto prejudicial com a arreia, ficou perro e acabei por perder mais um robalo que parecia bem jeitoso pelo ataque que provocou!
Ainda continuei a lançar a amostra mas o carreto não estava a colaborar e o facto de ter perdido aquele peixe deve ter assustado os eventuais robalos que andavam por perto, pelo que depois de uma hora de insistência, resolvi dar a pesca por acabada e ir pesar o bicho com a balança que tinha ficado na mala do carro! Os 6,225 kg marcados na balança quase que me assustaram! Nunca tinha pescado um robalo tão grande, media 84 cm. O meu anterior recorde tinha quase 11 anos e foi um robalo com 5 kg. Voltei para casa para mostrar o bicho à família que estava reunida a festejar os anos do meu pai e ficaram todos de boca aberta! Eles também nunca tinham visto um robalo com este tamanho! Ainda consegui tirar uma fotografia com melhor qualidade. Esta é a história do peixe de uma vida. Desejo-vos tanto prazer quanto eu tive a combater um robalo deste calibre.
7 comentários:
Boas Mário,
grande Robalão sim senhor ! ! !
Grande aventura, são éstas peripécias que ficam na nossa memória.... desta aventura nunca te vais esquecer ;)
Abr, Matos
Boas Mario!
Que belo peixe e k aventura :) foi pena n teres postado mais cedo, para ñ passar tanto tempo da data da captura, pareceria mais real e aliciante, mas ñ deixa de ser uma boa aventura em k te dou os meus parabens :)
Saude
Parabens ao pescador. Un saúdo dende Galicia ;)
Obrigado pessoal,
Matos, reparei que eras da minha zona. Podíamos combinar uma pescaria.
Pedro,
A ideia era fazer este post bem mais cedo mas fiquei à espera da foto que a minha afilhada me tirou e nunca mais me enviava!
Abraços
Boas companheiro, é sem dúvida um peixe que qualquer pescador sonha em ter no saco, como eu por exemplo, ainda tenho a esperança de um dia conseguir.
Parabéns e continuação de pescarias como essas.
Um abraço.
Mário Santos.
Mário,
Só tenho um conselho a dar-lhe: insista! Já viu quanto tempo demorei a encontrar este?! 11 anos! E com muitíssimas grades pelo meio!
Um abraço
Fantástico, fiquei maravilhado com este relato. Faz algum tempo que penso em me iniciar neste tipo de pesca. Parabéns
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